Neste sistema construtivo tivemos que decidir sobre como seria a estrutura da casa, isto é, pilares ou paredes estruturais?
Quando se trabalha com tijolos, cozidos ou de adobe, os próprios tijolos costurados formam a estrutura da casa, amarrando-se no alicerce e numa viga ao final antes do telhado.
Mas no caso da taipa socada a estrutura vem dos pilares, entre os quais se soca a terra. Decidir significa escolher, traz benefícios, responsabilidades, consequências. Decidir se os pilares:
- Seriam roliços ou de vigas retangulares?
- Será madeira tratada em autoclave ou não?
- Vamos enterrá-los no chão ou colocálos sobre alicerces de pedra?
Bem, foram algumas boas conversas e muito, muito tempo pensando nos possíveis problemas e suas soluções…
Suzana vem de uma família que tem uma usina de tratamento de madeira, assim, não foi fácil abrir mão do paradigma “madeira eterna” para a madeira passível de bichos, cupins, brocas, etc… Mesmo alguns argumentos e contra argumentos como:
” A madeira autoclavada não composta, não se decompõe” “Mas você não quer que sua casa composte, você quer que ela dure…” Foram pano pra manga e muitas conversas!
Conversamos com pessoas que trabalham com madeira na região de São Pedro de Alcântara e verificamos que há pouca incidência de cupins na região. Também analisamos as árvore que tínhamos- Citriodora de mais de 30 anos, duro como ele só! Pesquisamos o processo e consequencias do uso de madeira autoclavada…Ainda fizemos uma reunião entre os parceiros de Yvy Porã e decidimos pela coerência: Madeira sem tratamento químico!
Bem, aí os problemas começam… Quem disser que ser coerente é simples… Não é não!
Madeira tratada se enterrariam os pilares e pronto. Tem-se todos os pontos fixos para subir a casa. Pilares crus: vamos enterrar e daqui há uns 20 anos ter um problema sem solução simples? Não, vamos colocá-los sobre alicerces. Bem, aí temos um “paliteiro” de vigas com 3,5m de altura apoiadas num ferrinho, sobre uma base de cocreto, para ir depois montando e socando as paredes!Que coisa instável!
Mas as soluções se criam! Na sequência de fotos abaixo a colocação de um dos pilares:
Foto 1: base com o ferrinho que “centraliza” o pilar sobre o alicerce e os arames que ficam ao lado do mesmo, dentro das paredes e vão amarrar o telhado. Na madeira é feito um furo para o encaixe.

Foto 2- A união faz a força! Jorge, Cecília, Mariani e Suzana subindo o poste. Mariani fica na ponta para “guiar” o encaixe no alicerce.

Foto 3- Todos segurando o poste, momento de maior instabilidade, pois é um grande palito, pesado e instável! Jorge começa a pregar as madeiras formando um pé de galinha.

Foto 4- Marini e Jorge completando o trabalho, detalhe do “Pé de galinha” , trés madeiras se complementado uma apoiando cada lado.

Foto 5- O pilar colocado com as pedras no alicerce, o reboco dando o acabamento.
