Depois de um longo período fora, em outras atividades, retomamos a obra da casa da montanha!
Tivemos uma semana de frio moderado, quase primaveril, acolhendo os voluntários, Révero, parceiro do Pronera e Daniel, o mineiro que chegou como voluntário e depois de 10 dias juntos viramos “amigos desde sempre”!
Em cada etapa da casa algo se aprende! Nesta semana trabalhamos na parede da porta de entrada da casa- uma porta comprada numa loja de demolições, de canela, duas folhas com janelinhas! A porta deverá ser restaurada mais tarde. Assim, nosso vão estava definido- 1m de largura.
A “novela das madeiras”.. Bom, quando se olha uma casa pronta, a gente tem a fantasia de que todas as madeiras são retas, perfeitas, e o que não é reto… não serve! Uma idéia quase infantil, não é! Mas ao se fazer a casa, a história é bem outra!
Na foto abaixo as vigas laterais da porta de entrada.

Bem, nossas vigas e caibros foram cortados de árvores de Eucalipto Citriodora, com mais de 30 anos! Uma madeira linda, pesada como ela só! MasEucalipto tem uma fibra bem especial, longa e “enroscada”… As vigas, estaleiradas há um ano já secaram. Madeira, dizem os antigos, deve ser cortada quando a seiva está no pé! Lua nova de meses ser R ( maio, junho, julho e agosto). As nossas foram cortadas numa lua nova de julho do ano passado, por isso tem suas formas definidas. Achar uma viga reta, sem barriga ou na forma de uma banana é coisa rara! Assim, temos que trabalhá-las e arrumá-las no local, na obra, na parede, antes de socar a terra. Para isso usamos caibros, tacos, alavancas, tirantes de arame puxando… uma ginástica!
Na foto abaixo, Revero e Jorge colocando as ripas “corretoras” na parte de baixo das paredes ao lado e da porta.

O início de cada parede é um trabalho lento, difícil, pois tem-se que colocar uma tábua no alto dos pilares, colocar as vigas laterais de janelas ou portas, ver o prumo, alinhar as madeiras… Isto leva tempo e é um trabalho essencial, pois dele dependa o quão “reta” e equilibrada ficará cada parede!

Na foto acima Suzana e Jorge na porta da casa, já com o batente dfo alto da porta que ajudou a “aprumar” as madeiras:
Depois disto é preparar a terra e socar! Fizemos algumas experiências e o ponto de umidade é importante, assim como a mistura caprichada, o socar e socar, isto deixa a parede mais uniforme! Jorge trouxe outra boa dica do Bio contrução do Beira Serra em Botucatu: a primeira “passada” do socador deve ser bem suave, com a função de dar uma espalhada boa e uniforma na terra. Depois passa-se a socar com mais vigor!
Também observamos que nossos voluntários socam a terra muito bem… É o ânimo da moçada que chega!
Depois de 4 dias de trabalho, com estes dois amigos, saimos de Yvy Porã com uma das paredes ao lado da porta pronta e a do outro lado já começada.Nesta última foto Jorge e Daniel colocando a última forma de uma das paredes.
