Visitar parceiros permacultores é sempre um prazer, uma festa, um aprendizado. Novamente subimos a serra, até o planalto catarinense para visitar nossos amigos do Sítio Raízes, e como estamos na época do pinhão, fruto da araucária, esta postagem mostra um pouco da cultura do pinhão, com dados de cultivo e a colheita deste fruto tão apreciado aqui no sul do Brasil.
A araucária (Auracária angustifolia) é a conífera brasileira, também conhecida como pinheiro do Paraná, tem uma forma linda, como se fosses braços saudando os céus. Como conífera, suas folhas sofreram adaptações para suportar as geadas, elas são como pontas de flecha, triangulares, duras, espinhentas. Estas folhas se fixam em galhos secam e que caem periodicamente, e são chamados grimpas. As grimpas são usadas para acender o fogo, pois queimam bem e rapidamente. Nas culturas dos indígenas do sul, os Xokleng, kaigangs, e bem mais ao sul, os araucanos (Araucária araucana), o pinhão era a farinha, base de muitos pratos que se faziam com este rico e calórico fruto, que na sua origem produzia muito mais farinha do que os campos de trigo plantados pelos europeus. Esta herança passou para os tropeiros que colonizaram o planalto catarinense, levando as tropas de mulas e bois, do Rio Grande do Sul para Sorocaba, em São Paulo. Várias são as receitas, como pinhão cozido, assado na fogueira (a sapecada de pinhão), a paçoca (pinhão moído , e depois misturado com linguiça, carne de porco, temperos verdes e cebola), o entrevero (pinhões inteiros com frango, linguiça, pimentão, cebola, cenoura).